

Bem-vindo(a) ao TAMBORETE
A Faculdade de Medicina-UFC introduziu Bioética e Cidadania no currículo da graduação a partir do ano 2000 como integrante do Módulo de Desenvolvimento Pessoal sendo lecionada no quinto semestre (DP 5). O seu conteúdo na época da implantação abordava temas que diziam respeito à mediação do conflito entre a biotecnologia da biomedicina e a moral estabelecida na cultura.
Entretanto, atualmente, desenvolvemos um novo conceito de bioética como Ética-da-vida ou Aionética. Pertinente à formação educadora, este sentido problematiza a dimensão ética do modo próprio de ser, do caráter singular de cada um(a) articulando-o ao conceito de vida, questionando a posição contemporânea que nega ou esvazia o sentido da existência humana na cultura vigente.
No presente, a educação não se justifica mais no mesmo molde da paidéia grega, cuja institucionalização desaguou no tipo de ensino em que o saber é proclamado autoritariamente do alto da cátedra (do latim, cathedra), implicando em lugar (cadeira) de privilégio ou hierarquia do professor.
A Ética-da-vida ou Aionética recusa todo tipo de saber-poder arbitrário que enclausura a potência da forma de vida do(a) discente como se faz tradicionalmente. Por isso, rejeita a designação de “cadeira” e acolhe o termo afetivo, carinhosamente inventado para designá-la: Tamborete. Metáfora a ser interpretada como instrumento crítico, dispositivo de luta, de resiliência, de resistência ao biopoder que captura e molda tanto a subjetividade quanto o corpo humano a partir dos interesses do capital. A Ética-da-vida ou Aionética é efetuada por intermédio do método PensArteCorpo, cuja função é propiciar o salto do(a) aprendiz para a liberdade. Trata-se de uma vivência, um exercício de experiência ética que destaca e valoriza a arte como princípio da invenção de si visando produzir sabedoria de vida.